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Coisas que...

Coisas que...

15
Set23

[Penso] Sobre a insegurança e o sentimento de impostor

É normal de vez em quando ter um meltdown. De repente ser assolada por um sentimento de insegurança ou pela síndrome de impostor, pela noção de que não sei o que estou a fazer, seja na vida académica, profissional ou mesmo pessoal. Geralmente, nestes momentos questiono tudo e mais alguma coisa.

Mas esse momento, como outros, também passa e sei que no fim ficarei bem.

Esses momentos podem testar-me, mas também mostram do que sou feita. Quando entro nessa espiral de pensamentos, faço um esforço por contrariar os mesmos, mostrando a mim mesma as provas de que sei o que estou a fazer, de que mereço estar onde estou porque trabalhei e me esforcei para isso.

É preciso fazer um esforço consciente para me lembrar disto, e é por isso que tenho sempre um caderno comigo e uma agenda, onde aponto tudo o que penso e faço.

IMG_20230915_172713.jpg

09
Set23

[Encontro] Citações #7

Disillusionment was inevitable; after the twenties came the depression thirties and then another war. And things were different after that one. No new memorials emerged triumphantly, defiantly, hopefully out of the mushroom cloud of World War Two. Hope perished in the gas chambers of Poland. A new generation of the battle-damaged were blown home and a second set of names chiselled onto the bases of existing statues; sons below fathers. And in everybody’s mind, the weary knowledge that some day young men would once again be falling. Wars make history seem deceptively simple. They provide clear turning points, easy distinctions: before and after, winner and loser, right and wrong. True history, the past, is not like that. It isn’t flat or linear. It has no outline. It is slippery, like liquid; infinite and unknowable, like space. And it is changeable: just when you think you see a pattern, perspective shifts, an alternative version is proffered, a long-forgotten memory resurfaces.

(...)

In real life turning points are sneaky. They pass by unlabelled and unheeded. Opportunities are missed, catastrophes unwittingly celebrated. Turning points are only uncovered later, by historians who seek to bring order to a lifetime of tangled moments.

Kate Morton, The House at Riverton

03
Set23

[Desafiam] Book Bingo para 2023 - Atualização #2

Esperava já ir mais avançada nesta coisa do Book Bingo, uma vez que passei a dispor de mais tempo e estive umas semanas de férias, mas a verdade é que os livros, como já tinha dito na atualização anterior, têm um efeito soporífero e só os audiolivros têm permitido que avance alguma coisa nas leituras. Mesmo assim, a coisa não está mal e, apesar de ainda não ter feito nenhuma linha, planeando melhor algumas leituras acho que as consigo fechar...

2023bookbingo-02.png

 

Clássico

Ok, talvez a Ilíada não tenha sido a melhor opção de leitura em papel se queria manter-me acordada, mas tinha de continuar com as leituras relacionadas com a Grécia Antiga, outro desafio a que me propus durante este ano.

A história em si é bastante conhecida, conta da raiva de Aquiles e de como este se recusa a lutar, e as consequências de tal ato. Contudo, apesar de Aquiles se manter fora da ação, a história aqui contada foca-se sobretudo nas batalhas e na enumeração de todos os heróis (e mais alguns) que lutaram, pereceram e sobreviveram durante aqueles dias, o que leva o livro a tornar-se repetitivo e aborrecido. No entanto, parece-me que é fácil perceber que de facto seria um texto oral, exatamente por causa das repetições, e imagino que a ênfase dada à descrição das batalhas quando contadas oralmente tivesse um outro impacto e ritmo.

Imagino também que a maior parte das personagens enumeradas fossem conhecidas à época, ou pelo menos a sua ascendência, mas são muitas e algumas só estão em uma linha ou duas, pelo que pouco desenvolvimento das personagens existe, mesmo dos que melhor conheço ou que mais vezes aparecem.

Com tudo isto não quero dizer que seja mau ou que não vale a pena ler. Muito pelo contrário, acho incrível como um pedaço de literatura como esta chegou até aos dias de hoje, e só por isso vale a pena. Acho também interessante dizer-se que trata da história de Aquiles, apesar de ele estar pouco presente. Já sabia que assim seria, mas mesmo assim não pensei que ele estivesse tão ausente. Quase mais parece a história de Heitor, na verdade, do que da de Aquiles. Mas o que gostei mesmo foi da intromissão e das pequenas guerras entre os deuses. Agora quero um livro só do ponto de vista dos deuses!

 

De ou sobre história

Por aqui comentei em como andava a ouvir podcasts, e como estava viciada no podcast do historiador Dan Jones This is History: A Dynasty to Die For. Pois, quando me interesso por alguma coisa é fácil cair numa espiral e ficar obcecada com um tema (ou mais, veja-se o exemplo que me levou a ler a Ilíada), e lá fui eu ouvir novamente o Dan Jones sobre os Plantagenetas.

The Plantagenets: The Kings Who Made England foi a minha nova incursão pelo mundo dos audiolivros e que me levou a encontrar um novo espaço para a leitura no meu dia-a-dia. Tendo ouvido o podcast, os primeiros capítulos são bastante semelhantes, ainda que com menos humor, e talvez não tão aprofundados, pelo menos pareceu-me que alguns temas e eventos foram abordados de forma um pouco mais extensa no podcast. No entanto, o livro debruça-se sobre toda a dinastia, portanto do Henrique II ao Ricardo II, enquanto que o podcast é capaz de ficar-se por três temporadas e acabar com o reinado do João Sem-Terra e a Magna Carta.

Para quem queira conhecer Inglaterra antes da Guerra das Rosas e dos Tudors, parece-me uma boa aposta.

 

Escolhido ao calhas

Como disse, quando me interesso por um tema posso ficar um pouco obcecada e, depois de acabar o audiolivro dos Plantagenetas, pensei em pegar nas peças do Shakespeare ou continuar com livros sobre a Guerra das Rosas. Infelizmente, o livro de Dan Jones sobre a Guerra das Rosas não estava disponível na Audible (sim, mais uma vez tive de me render ao império do Jeff Bezos) e não me apetecia voltar a reler a peça do Ricardo II, preferia antes ver a série The Hollow Crown mas não a encontro disponível em plataformas de streaming.

Ora, andava a navegar quando percebo que com o plano de subscrição que assinei podia ouvir o Ciclo Pendragon de Stephen R. Lawhead. Sendo que a lenda do rei Artur se foi desenvolvendo na época dos Plantagenetas e gostando eu da lenda, lá parti para a sua audição.

Comecei então com Taliesin. Surpreendeu-me a narradora ser feminina apesar do título dizer respeito a um personagem masculino, mas faz sentido. Na verdade, este primeiro livro segue duas linhas que depois se encontram. Na primeira seguimos Charis, que dá a voz na primeira pessoa em alguns momentos e daí a narradora feminina, e a queda da Atlântida; na segunda começamos por seguir Elffin e depois Taliesin.

A história em si cativou-me, ainda que em algumas partes me tenha perdido, porque o interesse também se foi esvaindo. Isto aconteceu sobretudo depois de os protagonistas finalmente se encontrarem e começarem a envolver-se romanticamente. Pode ter havido alguns revirares de olhos devido às "dificuldades" e "problemas" levantados sobretudo pela Charis. O fim pareceu-me algo abrupto.

Também me fez confusão não perceber bem a idade das personagens, sobretudo dos atlantes, nomeadamente Morgian. Tanto é uma rapariga com 3 ou 4 anos quando se dá o desastre, como depois já é uma adolescente... Mas mesmo com o próprio Taliesin... Fiquei sem perceber se as linhas de história correm paralelas (pela forma como os capítulos se vão alternando diria que sim), mas então a Charis teria 17 anos quando cai a Atlântida e o Taliesin teria quê, 7? Deixou-me muito confusa...

Mesmo assim, parti para o seguinte...

 

Audiolivro

Apesar de gostar da lenda de Artur, não sou grande fã da personagem do Merlin, foco do segundo livro do Ciclo Pendragon.

Neste o narrador é masculino e a história contada na primeira pessoa por Merlin, contudo não gostei do narrador a início, sobretudo com o nome de algumas personagens a terem uma pronúncia completamente diferente. No entanto, com a continuação lá me fui habituando e acho que o tom algo arrogante até ia bem com a personagem.

Já não gostei tanto da história deste livro como do anterior, sobretudo no que à Morgian diz respeito, o que não adivinhava nada de bom para os seguintes livros. A escrita do autor é boa, não digo que não, mas infelizmente deixa a desejar no que toca ao desenvolvimento tanto da história como, sobretudo, das personagens. O autor é muito bom a descrever batalhas, mas em tudo é muito tell e pouco show. O exemplo mais notório é com a personagem da Morgian. É-nos simplesmente dito que ela é má, com poucos exemplos dessa maldade para além do desconforto que o Merlin sente quando está na sua presença. Algo agravado no livro seguinte...

 

Começado por uma vogal (artigos não contam)

Este livro conta com o mesmo narrador, mas desta vez a história é contada por 3 personagens diferentes, focando-se as três narrativas em diferentes momentos da vida de Arthur. Infelizmente, pouca distinção existia entre a narração de cada uma, e mesmo de Merlin do livro anterior, pelo que por diversas vezes dava por mim a questionar-me quem raio estava a contar a história, até porque o meu interesse foi caindo e era mais fácil perder-me.

Como disse, este livro como o anterior é muito tell e pouco show, sobretudo no que toca à Morgian. Finalmente aqui tem-se um vislumbre de alguns dos atos de Morgian, mas passa-se tudo longe da nossa vista e sem nos ser dado a conhecer o que leva a essas ações, qual o motivo para as mesmas.

Aliás, há muita coisa que se passa longe da nossa vista. Na verdade, tudo o que parece interessante passa-se longe da nossa vista, apenas nos é dito, e quando pode ser algo que impacta a história, é rapidamente resolvido ou ultrapassado. Sim, porque o Arthur é bom em tudo e mais alguma coisa, e é o príncipe prometido, e blah blah.

E depois temos finais apressados. Morgian? Rapidamente lidam com ela quando é apresentada a Arthur. Medraut? Praticamente a mesma coisa... E depois o livro acaba! Quando começa a ficar interessante, acaba!

 

Em inglês

Poderia supor-se então que a história continuaria em Pendragon... Mas não. O quarto livro do Ciclo Pendragon volta atrás no tempo para contar algumas histórias relacionadas com Arthur. Aparentemente, pelo que pude ler aqui num comentário do próprio autor, o Ciclo seria para ser constituído por 4 livros, mas a editora entretanto mudou de ideias, o que levou ao final abrupto, pelo que este livro deveria de facto estar no volume anterior.

Contudo, sofre dos mesmos problemas, com o agravante de que tendo já lido o final, porque já foi contado em Arthur, há consequências que se adivinham porque... já sei como acaba! O único interesse poderá estar na invasão dos Vândalos e na peste, mas tirando isso, pouco interesse tem este livro, que foi o que mais me custou a acompanhar, de tal modo que nem sei se vou pegar no seguinte, até porque o audiolivro não parece estar disponível na Audible (não consigo perceber porque uns estão e outros não, e parece que acontece o mesmo com outras séries...). Também não me parece que responda às questões que os 4 livros que já li levantaram, sobretudo o primeiro volume, e que não me parece que tenham, de facto, alguma resposta, nomeadamente de onde veio Taliesin e o que levou a Morgian a ser a "vilã"...

Tinha muita curiosidade em ler estes livros pois tinha ouvido que, como as Crónicas do Senhor da Guerra de Bernard Cornwell, tentava contar a história de Arthur ligando a mesma à queda do Império Romano. No entanto, em termos de rigor histórico parece-me que também deixa a desejar. Enquanto ia ouvindo, tanto este volume como o anterior, ia pensando para comigo como talvez seria melhor voltar a reler/pegar em As Brumas de Avalon, para a parte mais fantástica da lenda, ou em As Crónicas do Senhor da Guerra, para a parte mais "realista", digamos assim, da lenda de Arthur.

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