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Coisas que...

Coisas que...

12
Mar24

[Acontecem] Da felicidade

Passeava o meu Nero, enquanto ouvia um audiolivro, quando umas senhoras já de idade se aproximaram de nós. Parei o audiolivro, as senhoras perguntaram se podiam cumprimentar e fazer festas ao Nero, que raramente se mostra incomodado com tal coisa, muito pelo contrário, adora conviver com pessoas e (alguns) outros cães.

Ao despedirem-se, uma das senhoras questionou

É uma felicidade passear um cão, não é?

Saiu-me apenas um "é sim", porque como explicar que tem sido das poucas coisas que me traz alegria nos últimos meses? Mesmo debaixo de cargas de água como as que têm caído nos últimos dias.

Já aqui tinha falado do sentimento de felicidade e reforço a ideia, preciso de me lembrar de procurar o melhor que cada dia traz. Mais não seja passear o cão.

10
Mar24

[Encontro] Citações #8

When people are happy, they can become deaf. I don't know why that is, but I've noticed it to be true. Misery helps us hear. We notice more when we're in pain. We see beauty more clearly, hear the sufferings of others more loudly. Since you pulled me back, every sunrise is so much brighter, every breeze a delight. I think people who survive tragedy aren't so much scarred as they are cleansed. The wax comes out of their ears and the clouds leave their eyes. The barriers between them and the world are reduced.

Michael J. Sullivan, Age of War

17
Fev24

[Acontecem] A cacofonia

Um dia destes, passeava o meu Nero pela manhã sem estar na companhia de um audiolivro. A cacofonia que ia na minha cabeça impedia-me de estar concentrada no que quer que fosse, e limitei-me, então, segui-lo enquanto ele ia, como habitualmente, farejando o mundo.

Até que comecei a ouvir o som de pássaros, um autocarro a passar, pessoas a cumprimentarem-se... Entretanto o Nero parou numa zona verde e sentou-se, como se estivesse a ver a vida correr. Juntei-me a ele. Foquei-me no som do vento nas árvores, no voo das aves, na chuva miudinha que caía...

E a cacofonia como que parou.

Há-de voltar, mas o truque, percebi, é focar-me no que me rodeia, no momento presente.

14
Fev24

[Li] "Tutankhamun's Trumpet: The Story of Ancient Egypt in 100 Objects" de Toby Wilkinson

Se tenho encontrado os livros da Amelia Peabody mais cedo na minha vida, talvez esta fosse diferente. Ou vai daí talvez não, porque mesmo sem os livros segui Arqueologia e não é por isso que pratico... No entanto, as épocas que mais me fascinaram sempre foram as mais recentes, que é como quem diz da queda do Império Romano para cá.  Antigo Egito era engraçado e tal, mas mais pela mitologia do que propriamente pela História em si. Até aos livros da Amelia...

Curiosa e entusiasmada com o relato de descobertas no final do século XIX e início do século XX, como contadas naquela série de aventura e mistério, resolvi aprofundar um pouco mais o assunto e parti para a leitura deste livro que vai abordando a história do Antigo Egito a partir de 100 objetos encontrados no túmulo do rapaz faraó, Tutankhamon.

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O livro encontra-se dividido em 10 capítulos, cada um debruçando-se sobre um tema e composto por 10 objetos, servindo cada um destes objetos como ponto de partida para o autor ir dando a conhecer alguns pormenores da mais longa civilização que o mundo conheceu. Mostra como a geografia foi influente, os conflitos e influências externas que em vez de suplantarem, contribuíram para a continuação desta civilização e da sua cultura que, apesar de 3 000 anos, como que se foi mantendo inalterável. Mostra também o seu legado, como, mesmo depois de cair, esta civilização foi influenciando os milénios seguintes.

Um livro muito interessante para quem gosta do tema, ou para quem não gostando do tema se interessa pelas histórias que os objetos podem ajudar a contar. O único senão é que nem todos os objetos têm imagens a ilustrar o livro.

01
Fev24

[Pondero] Como um bom ano se transforma em mau

2023 era um ano que podia ficar na minha memória por muitos bons motivos...

Escrevi, entreguei e defendi a tese! Para isto foi fundamental descobrir playlist ideal e as minhas "ferramentas" de escrita, entre as quais se conta o meu Nero (que foi destaque por aqui, obrigada!). 

Arrisquei e respondi a um call for papers, sozinha, para uma revista científica. Não deu certo, mas em maio fiz a minha primeira apresentação num congresso nacional da minha área e com artigo publicado em atas, fruto de um trabalho conjunto com colegas.

Voltei a ouvir podcasts e audiolivros, e a participar em desafios literários.

Regressei a Londres, após 10 anos, e assisti ao meu primeiro teatro musical ao vivo. Visitei museus que sempre quis visitar e que não tive oportunidade de o fazer na primeira vez que lá fui. Cumpri o sonho de assistir a uma peça de Shakespeare no Globe Theatre, bem juntinha ao palco, praticamente em cima dele, e à chuva!

Comentei em como me sentia feliz, sobretudo depois de ter começado a fazer exercício físico (pilates) de forma regular e de ter adotado o Nero, que para além de ser a minha companhia de passeios e brincadeiras, ajuda a evitar o scroll, ou melhor a comparação com as outras pessoas via redes sociais, que fui deixando de lado.

Até que veio uma semana daquelas, mas longe estava eu de pensar que pior estaria para chegar...

Na última semana do ano de 2023 perdi o meu pai. De um momento para o outro, sem estar à espera, poucos dias depois de ele ter completado 67 anos. Já fez um mês, mas ainda dói e acho que vai sempre doer. 

Para 2023 o tema era (re)descobrir. Parece-me neste momento um tema estúpido e (muito) mal escolhido, tendo agora forçosamente que descobrir, em 2024, como é viver sem uma pessoa que amava e que sempre esperei ter a meu lado.

Acho que este ano vou prescindir de temas. Só quero que 2024 seja gentil, e que não me leve mais pessoas que amo.

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