Passei a tarde do primeiro dia deste novo ano a ver os documentários realizados pelo Matt D'Avella disponíveis no Netflix, sendo que o mais recente estreou nesse dia e uma vez que subscrevi o mês grátis para ver a série "Bridgerton" (vi logo todos os episódios de seguida, no dia de Natal assim que estreou, porque era a coisa que mais queria ver este ano! Polin! Peneloise! ) mais vale aproveitar.
Bem, eu até acho interessante o conceito do Minimalismo mas, muito sinceramente, não vou conseguindo levar a sério as pessoas e personalidades que mais o promovem, pois não se apercebem do privilégio que têm (leiam também este texto). Quem tem pouco, não é destralhando que vai encontrar significado ou sentir- se mais feliz. Há quem precise de épocas de saldos, como o Black Friday que tanto mostram no documentário, porque de outra forma se calhar não conseguem comprar o que querem ou precisam. Há quem não possa deixar o seu trabalho para se dedicar a ser blogger e a vender, bem... banha da cobra. Porque parece que isso que me estão a tentar vender, sobretudo com o segundo e mais recente documentário "Less is Now", para além de uma estética que me parece fria e, sinceramente, muito pouca acolhedora. Mas isso talvez seja de já ter visto muitos vídeos sobre o tema no Youtube.
Não quer dizer que não tenha pontos positivos. Sobretudo o primeiro, "Minimalism: A Documentary About the Important Things", tem algum interesse ao abordar como nem tudo o que achamos pretender ser realmente o que mais desejamos ou devemos procurar. Mas não me parece que seja vivendo com menos coisas que passamos a viver melhor. Para isso há que viver com intenção e de forma deliberada, dando mais atenção a nós e aos outros, apesar de no dia-a-dia ser fácil esquecer isso
Alerta também para algum consumismo desenfreado e mesmo desnecessário, que tem efeitos nocivos para o ambiente e mesmo em termos socioeconómicos, porque geralmente produtos baratos devem-se a cortes sobretudo na mão-de-obra. Mas não me parece que o minimalismo seja a resposta. Ser um consumidor consciente (e consciente a vários níveis) parece-me mais adequado.
Apesar de tudo, retiro dos documentários algumas coisas que me interessam para enfrentar este ano que começa e que tem por tema "curadoria".