[Li] Apanhado de opiniões #1
Este ano não tenho tido grande possibilidade (ou mesmo vontade) de escrever sobre o que vou lendo, mas depois fico com um sentimento de culpa enorme porque sinto que não os "digeri" como devia.
Eu sei que são manias mas, para colocar o meu espírito mais á-vontade, cá ficam alguns apontamentos. Não serão grande coisa, até porque sobre alguns já se passa mais de meio ano desde que os li, mas é o melhor que se vai conseguindo.
Quiet: The Power of Introverts in a World That Can't Stop Talking de Susan Cain
Foi o livro com que fechei 2014 e entrei em 2015. Já tinha visto o vídeo e por isso foi sem surpresa que peguei no livro. Este foca ainda mais o que é ser introvertido e, sobretudo, como esse traço é tão importante, possibilitando a criatividade e o pensar fora da caixa.
A autora não demoniza a extroversão, pelo contrário mostra como também é importante que haja extrovertidos, mas critica o facto de ser uma característica que é tida em grande conta, quando até extrovertidos poderiam fazer bom uso de um momento em silêncio ou de não serem tão impulsivos. Se até o maior introvertido tem por vezes de sair da sua concha e fazer-se ouvir, o contrário pode ser benéfico para o extrovertido.
Como em tudo, é preciso moderação e alguma dessa moderação é obtida com os dois tipos a trabalharem em conjunto.
Amor e Poder (Primeiro Homem de Roma, #1) de Colleen McCullough
Eu sou uma licenciada em Arqueologia estranha. Estão a ver as grandes civilizações que levam a sonhar com a profissão de arqueólogo? A civilização egípcia? A civilização romana? Pois, eu é mais medieval e moderno. Não é que não admire aquelas culturas, que realmente em termos arquitectónicos e culturais foram fenomenais, mas para além de alguma curiosidade não me sinto fascinada.
Ora, por motivos profissionais tenho lidado, no último ano, de perto com o legado romano e achei que estava na altura de me dedicar ao estudo. Mas como sei como é que os livros de história podem ser maçudos (tenho conhecimento de causa) lá me atirei à ficção histórica que, quando bem feita, é capaz de dar uma boa perspectiva do que seria o dia-a-dia das pessoas comuns e do que certa personagem histórica podia estar a pensar num determinado momento. Sim, é ficção mas é capaz de nos tornar mais simpatéticos para com algumas personagens.
Esta série sempre esteve na minha lista de livros a ler e, tendo falecido a escritora, achei que seria uma boa altura para ficar a conhecer a obra que nos deixou.
Se o livro peca é por parecer algo repetitivo e a história se desenvolver lentamente, no entanto permite-nos conhecer as personagens principais, Caio Mário e Sula, assim como o ambiente em que se movimentam, cheio de intrigas políticas, e o que os move.
Não é de todo uma leitura leve mas não deixou de ser agradável.